A Oposição Petroleira “Em Surgência”, com o nome “Caminhando Em Surgência”, aglutinou a esquerda na categoria e construiu a vitória nas eleições em julho de 1987, mudando a direção e os rumos do Sindipetro AL/SE. Foi a partir dessa vitória que surgiu o novo sindicalismo na área de Petróleo nos Estados de Sergipe e Alagoas, colocando o Sindicato a serviço das lutas mais consequentes dos trabalhadores. Aquela vitória, apoiada integralmente pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), contribuiu ainda para despertar em outras categorias da região a consciência de que era preciso combater o atraso e o peleguismo em seus sindicatos. Este que era o modelo predominante no movimento sindical e operário em Sergipe, o sindicalismo colaboracionista, embotava a consciência de classe dos trabalhadores. Assim, o corporativismo dos petroleiros se abre para uma luta mais classista e combativa, ou seja, um sindicalismo autêntico, inspirado nas experiências dos trabalhadores metalúrgicos do ABC, dos petroleiros de Campinas e, mais próximo, dos químicos e petroquímicos de Sergipe, associados à APEQ-SE, posteriormente o Sindiquímica/SE.
Entre os presentes naquela direção estavam Alan Brandão, Sérgio Araújo, Gilvan Melo, Clarkson Nascimento, Derli Fausto, Maria Lucinda e Alcides Pacheco. Conduzimos diversas greves com demissões e punições que tivemos a capacidade de revertê-las através das lutas, realizando novas greves inclusive. Não havia, contudo, uma contradição importante entre a direção do sindicato, seus associados, e seus funcionários. Façamos um hiato entre esta gestão e a próxima (1990/1993) e chegaremos à gestão 1993/1996.
Nesta gestão estavam Alberto Dantas, Clarkson Nascimento, Jairo Santos, Erisvaldo Vieira, Edvaldo Leandro, Sérgio Araújo, Luiz Manoel, Orlando do Carmo, Dalton Francisco, Alcides Pacheco e Zenilde Santana, e suplentes como Pedro Messias e Sormane Araújo.
Foi nessa gestão que chegaram para trabalhar em nosso sindicato os companheiros Albino, Claudinete (Cacau), Conceição, Camarão, Paula, Williams, Norclécia, Alberto Calazans e Maurina. Estes dois últimos vieram do Sindiquímica/SE, após a unificação em 1994 dos dois sindicatos, formando a estrutura sindical atual, cuja eleição complementar empossa os companheiros Carlos Alberto Mateus, Edmilson José Araújo, Francisco Gualberto e Rômulo Rodrigues, entre outros.
Novas lutas inclusive como a grande Greve de 1995, da qual fomos direção e sofremos as punições e demissões que todos conhecem muito bem como os 11 demitidos: Orlando Nepomuceno Figueroa, Zenilde Santana, Pedro Amaral, Luiz Manoel, Antônio Cruz, Francisco Gualberto, Marcos Cruz, Dalton Francisco, Rômulo Rodrigues, Baltazar e Alberto Dantas Rocha. Mais uma vez não nos submetemos ao capital e buscamos, com as lutas cotidianas e as lutas políticas, reverter não só as demissões, bem como as multas e as punições menores. Tudo isso sem reforçar contradições e sem assumir posturas empresariais em relação aos funcionários do Sindicato, pois vivíamos a importante contribuição que davam no suporte político e psicológico aos demitidos do sistema Petrobras e de outras empresas privadas ou terceirizadas dentro da Petrobras.
Façamos um outro hiato e chegaremos a 2004, quando o sindicato muda suas prioridades, dividindo a categoria no racha com FUP e formando uma nova federação, a FNP. Essa nova federação é um braço sindical da Central Sindical CSP Conlutas, cuja sustentação quase integralmente feita pelo Sindipetro AL/SE, colocando toda energia do sindicato para dar vazão às políticas formuladas pelo PSTU e pelo PSOL.
Neste ano de 2023, quase 20 anos após os rachas, passando por uma pandemia mal gerida pelo Estado, as contradições dessas gestões começam aparecer. Políticas suicidas de contraposição à eleição de Lula em 2022 podem ser o ápice dessas contradições, pois se a candidata do PSTU tivesse obtido um milhão de votos teria sido eleito o candidato adversário, e estaria em xeque as políticas socioeconômicas do Brasil com prejuízo para o povo brasileiro.
Essa gestão durante esses anos não teve uma oposição sindical que a colocasse nas redes, ou a quase nocauteasse, como aconteceu agora em outubro de 2023. Os resultados da eleição aqui em Sergipe mostram essa nova realidade, pois perderam de 61% a 39%, e não fosse a votação superior que obtiveram em Alagoas estariam fora desta nova gestão. Nesta hipótese assumiria um novo agrupamento que preza por Democracia e Transparência. Políticas que não estão na ordem do dia desta Direção, pois até o momento não apresentou o Balanço Patrimonial de 2022 nem a Previsão Orçamentaria de 2024.
Assustados com o resultado, assumiram a postura de sindicalistas pelegos, sem compromisso com a classe, sem compromisso com a luta dos trabalhadores, sem compromisso com os funcionários do sindicato, cujo acordo coletivo vem se arrastando ao longo desses anos. Apenas tem olhado para seus umbigos, que de tão grandes reduziram os seus cérebros ao caixa financeiro da entidade.
Suas contradições levaram às demissões de Claudinete e Conceição, por divergências políticas, não pela competência profissional, argumentos caros ao capitalismo empresarial, pessoas que ajudaram no crescimento do nosso sindicato, pessoas que juntamente com aqueles antigos diretores, lá da década de 1990, contribuíram para o surgimento de um sindicato forte, como sempre foi o nosso, mas que hoje se reduz a um cartório, ou caixa financeiro de partidos e centrais sindicais, que pouco contribuíram com a nossa luta. Jorge Farias, contador do sindicato desde a década 1980, foi substituído para colocar um amigo do Secretário de Finanças, muito provável, esconder as falcatruas financeiras do sindicato. Queremos o retorno, da Cacau, do Jorge Farias e da Conceição, esta última não tiveram nem a coragem de demiti-la pessoalmente, acintosamente o fez por e-mail.
Qual a condição que esta Direção tem em reverter demissões na categoria se houver, como aconteceu em 1988, 1989, 1991, 1992, 1994 e 1995 e em outras épocas, inclusive as transferências compulsórias, estas felizmente estão sendo negociadas pela FUP.