2020 se encerra como o ano em que o mundo praticamente parou, com as estruturas econômicas abaladas pela pandemia da Covid-19, levando o capitalismo a sofrer sua mais grave crise. Mostrando que esse sistema excludente se mantém de pé graças a classe trabalhadora, que produz e consome.  Seja nas economias mais avançadas no modo de produção , ou em economias em desenvolvimento, como o Brasil, o cenário que se vê é de crise profunda, do desemprego em massa, da exclusão social e a volta da fome em níveis alarmantes.

A conjuntura brasileira nessa pandemia é ainda mais grave, pois o governo Bolsonaro nem tem compromisso com o bem estar mínimo do seu Povo. Bastar ver que no auge da crise sanitária o auxílio emergencial previsto por Guedes e Bolsonaro era de apenas de 200 reais para a população de baixa renda, e que só atingiu o valor de 600 reais após muita pressão da oposição no congresso.

 A negação da ciência também tem sido uma marca deste desgoverno, que primeiro renegou a gravidade da situação da doença, classificando-a como apenas uma gripezinha. Após constatar que o quadro era terrível apostou em distribuição de cloroquina, um remédio sem eficácia comprovada.

Chegamos a dezembro com o governo Bolsonaro aposta no caos, por isso sabota a população com a negativa as vacinas que estão sendo produzidas, usando até mesmo argumentos ideológicos contra a China, que já comprovou a eficácia do seu medicamento. No plano nacional usa a ANVISA para retardar o uso da vacina produzida pelo Instituto Butantã, por estar em disputa politica com o governador de São Paulo.  Não há outro adjetivo a usar a não ser o de criminoso.  Esse será o seu lugar na História do país.

Eleições municipais e seus desdobramentos

O resultado da eleição municipal em todo país trouxe uma preocupação para o campo popular, seja pelo deslocamento de uma parte do eleitorado para o centro conservador. Especialmente, nas grandes capitais. Mas é preciso ter uma leitura mais ampla e apurada, alguns resultados mostram o enfraquecimento do bolsonarismo, ou seja, do voto radicalizado e fascista. Seus candidatos foram quase na totalidade derrotados nas capitais.

No campo popular e democrático foram apresentadas novidades de grande valor, como em São Paulo, com Boulos, que fez uma campanha que soube dialogar com a juventude e com as periferias, tendo em vista que enfrentou um candidato apoiado pelas elites e com a máquina da prefeitura. Em Recife, Marília Arraes oxigenou o Partido dos Trabalhadores colocando novamente sua militância nas ruas. Pela primeira vez vereadoras negras foram eleitas em cidades grandes do Sul do País, que teve ainda campanha corajosa de Manuela, em Porto alegre, vítima de todo tipo de fake news e misoginia. 

Em cidades médias houve avanços, em Juiz de Fora, inclusive, foram eleitos dois sindicatários para a vereança, além da eleição da primeira prefeita, Margarida Salomão. Em Belém, Edmilson Rodrigues foi eleito pelo PSOL com ajuda de uma frente de esquerda.

Até 2022 muito deverá ser feito, com um debate interno grande no campo progressista, visando à unidade para derrotar o Bolsonarismo e a direita tradicional que ensaia uma aproximação com Moro ou Huck, tudo dependerá do tabuleiro e dos desdobramentos pós-pandemia, sobretudo, no desempenho da economia, que hoje se encontra em uma crise muito grande, com a combinação explosiva de desemprego e alta da inflação.

As perspectivas para categoria sindicatária

A perseguição ao movimento sindical se intensificou assim que o golpe contra a presidenta Dilma se consolidou. Temer, o traidor, deu pontapé inicial com sua reforma trabalhista visando enfraquecer as estruturas sindicais e abrir espaço para super exploração da mão de obra. Com a eleição de Bolsonaro a perseguição aos sindicatos se intensificou, a própria Organização Internacional do Trabalho (OIT), já recomendou que o governo brasileiro abrisse o diálogo com as entidades, uma situação normal em qualquer país que se apresenta como uma democracia.

Nesse contexto de crise quem vem pagando a conta são os trabalhadores sindicatários, que diante da crise econômica nas entidades, seja por demissões nas suas bases ou por cortes profundos no custeio das mesmas, agem como os piores patrões e demitem seus trabalhadores. Muitos com anos de experiência e com dificuldades para uma recolocação no mercado de trabalho. Sem dúvida uma situação dramática, que tem sido alvo de constantes mobilizações dos SINTES em todos os estados onde atuam.

A FITES tem se colocado ao lado dos SINTES filiados, por entender que como entidade de grau superior tem por dever apoiar os sindicatos, propondo através do debate interno ajuda para superar as adversidades.

A Federação tem a certeza de que somente com unidade nas ações será possível avançar e impedir a continuidade das demissões na nossa categoria, por isso, ressalta a importância dos SINTES estarem fortalecendo a FITES, pois juntos somos mais fortes!  Feliz 2021! Vamos à luta!

MENSAGEM DE FIM DE ANO

A  FITES deseja a todos os companheiros e companheiras um Natal de luz, para que possamos superar esse momento difícil. E que 2021 estejamos juntos e com saúde para lutar em defesa dos direitos da categoria sindicatária.