Inflação chega a 0,56% em dezembro e fecha o ano em 4,62%, dentro da meta

Meta do Conselho Monetário Nacional (CNM) para a inflação anual era de 3,25% a 4,75%. Preços dos alimentos e bebidas subiram menos em 2023, o que garantiu a queda do índice

 Publicado: 11 Janeiro, 2024 - 11h21 | Última modificação: 11 Janeiro, 2024 - 11h29

Escrito por: Redação CUT

 

 ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

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Pesquisa divulgada nesta quinta-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que em dezembro de 2023, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país ficou em 0,56%.

Com este resultado a inflação anual fechou em 4,62%, dentro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CNM), de 3,25% até o máximo de 4,75%. A tolerância de 1,75% para cima ou para baixo. Esta é a primeira vez que a meta é atingida nos últimos dois anos. Em 2022 a inflação ficou em 5,79%, e em 2021, foi de 10,06%.  

Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em dezembro. Os alimentos e bebidas foram os grupos que mais aumentaram em dezembro (1,11%), mas ao longo do ano esses itens seguraram o índice anual. Em 2023 os preços dos alimentos subiram 1,03%, o menor valor registrado desde 2017, quando fechou aquele ano com queda de 1,87%. O óleo de soja ficou 28% mais barato no ano passado, seguido do frango em pedaços (-10,12%) e das carnes (-9,37%).

A alimentação no domicílio subiu 1,34%, influenciada pelas altas da batata-inglesa (19,09%), feijão-carioca (13,79%), arroz (5,81%) e frutas (3,37%). Já o leite longa vida recuou pelo sétimo mês consecutivo (-1,26%).

“O aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país influenciaram a produção dos alimentos, principalmente dos in natura, como os tubérculos, hortaliças e frutas, que são mais sensíveis a essas variações climáticas”, explica o gerente do IPCA, André Almeida.

“No caso do arroz, que registrou alta pelo quinto mês seguido, a produção foi impactada pelo clima desfavorável”, diz o pesquisador. “Já a alta do feijão tem relação com a redução da área plantada, o clima adverso e o aumento do custo de fertilizantes”, completa.

A alimentação fora do domicílio (0,53%) acelerou em relação ao mês anterior (0,32%). Tanto o lanche (0,74%) como a refeição (0,48%) tiveram altas mais intensas que as de em novembro (0,20% e 0,34%, respectivamente).

A segunda maior contribuição (0,10 %) veio de Transportes, com alta de 0,48%. A segunda maior variação, por sua vez, foi de Artigos de residência (0,76%), após recuar 0,42% em novembro. O grupo Habitação (0,34%) desacelerou ante o mês anterior (0,48%). Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Comunicação e o 0,70% de Vestuário.

No grupo Habitação (0,34%), a energia elétrica residencial subiu 0,54%, influenciada pelos reajustes de 13,00% em Rio Branco (7,62%), a partir de 13 de dezembro e de -1,41% em uma das concessionárias pesquisadas em Porto Alegre (0,72%), a partir de 22 de novembro.

No grupo dos Transportes (0,48%), o resultado foi influenciado pelo aumento nos preços das passagens aéreas (8,87%), subitem com a maior contribuição individual (0,08 p.p.) no índice do mês. Por sua vez, todos os combustíveis (-0,50%) pesquisados registraram queda de preços: óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%).

Ainda em Transportes, a variação do ônibus urbano (-0,61%) foi influenciada pela gratuidade nas tarifas aos domingos em São Paulo (-4,17%), a partir de 17 de dezembro. Além disso, houve reajuste de 6,12% em Salvador (2,55%), a partir de 13 de novembro, e de 16,67% em Belo Horizonte (0,67%), a partir de 29 de dezembro.

Nos índices regionais, somente Aracaju (-0,29%) teve variação negativa em dezembro, influenciado pela queda nos preços da gasolina (-11,53%). Já a maior variação foi registrada em Rio Branco (0,90%), por conta da alta da energia elétrica (7,62%).

A alta acumulada do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) ,que mede a inflação para famílias de um até cinco salários mínimos, fechou 2023 em 3,71%, abaixo dos 5,93% registrados em 2022. Os alimentícios tiveram alta de 0,33%, enquanto os não alimentícios variaram 4,83%. Em 2022, o grupo Alimentação e bebidas havia subido 11,91%, enquanto os não alimentícios subiam 4,08%.

No mês de dezembro, o INPC teve alta de 0,55% ficando 0,45 % acima do resultado de novembro (0,10%). Em dezembro de 2022, a taxa foi de 0,69%.

Os produtos alimentícios passaram de 0,57% de variação em novembro para 1,20% em dezembro. A variação dos não alimentícios também foi maior: 0,35% em dezembro frente à queda de 0,05% no mês anterior.

Confira a pesquisa completa do IBGE aqui.

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