Os trabalhadores vão realizar atos em várias cidades, em locais estratégicos
Redação Rede Brasil Atual
| 12 de dezembro de 2023 às 09:10
Movimento sindical volta a se mobilizar nesta terça-feira (12) em defesa da queda da taxa de juros no país - Fernando Frazão / Agência Brasil
O movimento sindical volta a se mobilizar nesta terça-feira (12) em defesa da queda da taxa de juros no país. Os trabalhadores vão realizar atos em várias cidades, em locais estratégicos: na frente das sedes do Banco Central (BC) e em áreas de grande visibilidade nas cidades onde o banco não tem sede. Entre 11h e 12h, horário dos atos, também serão realizadas ações nas redes sociais, com a hashtag#JurosBaixosJá, com a marcação do Banco Central (@BancoCentralBR) nas postagens.
Esta terça é a data do início da última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, para definir mudanças na taxa básica de juros (Selic). O novo patamar será anunciado na quarta-feira (13).
“Nossa campanha é por emprego e renda, porque a Selic elevadíssima reflete nas taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras no crédito, o que prejudica o investimento produtivo, atrapalha a economia e encarece a vida de todos nós. Além disso, aumenta a dívida do Estado brasileiro com o pagamento de juros dos títulos da dívida pública”, afirma a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira.
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O movimento #JurosBaixosJá começou em fevereiro. “Na época, a Selic estava sendo mantida em 13,75%, desde agosto de 2022, e seguiu nesse patamar até agosto deste ano. Por isso iniciamos uma intensa pressão nas redes sociais e nas ruas, com materiais didáticos em vídeos para explicar à população o que isso significa: crédito mais caro para as famílias e empresas, travando o crescimento do país e aumentando o endividamento de todos nós”, enfatiza o secretário de Assuntos Econômicos da Contraf-CUT, Walcir Previtale.
A prática, pelo Banco Central, de uma política monetária contracionista (que promove a desaceleração do PIB e do consumo), até agosto passado, também levou a entidade a sofrer pressões de setores da indústria e do governo federal.
“O problema não é de um banco independente ou ligado ao governo. O problema é que este país tem uma cultura de viver com juros altos, que não combina com a necessidade de crescimento que nós temos”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em fevereiro, ao reforçar que, já naquele momento, não existia justificativa alguma para uma Selic em 13,75%, que somente beneficiava detentores dos títulos da dívida pública, que em sua grande maioria, estão nas mãos dos 10% mais ricos do país.
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Diante da pressão, que levou até mesmo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a comparecer em audiência ao Senado para justificar a manutenção da Selic em 13,75%, finalmente, em agosto, o Copom deu início a um ciclo de redução da taxa básica de juros de 0,50 ponto percentual a cada rodada do encontro, que ocorre a cada 45 dias.
Na última reunião do comitê, realizado em 31 de outubro e 1º de novembro, a Selic alcançou o patamar de 12,25%, na terceira queda seguida e no menor nível desde março de 2022. Mas, ainda assim, capaz de impedir que a economia do país acelere mais rápido.
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“Em agosto de 2023, por exemplo, o gasto do governo federal com juros da dívida chegou a R$ 689 bilhões em 12 meses (quase 20% a mais do que nos 12 meses anteriores). Esse valor representa quase duas vezes o gasto previsto para todo o ano de 2023 com Bolsa Família (R$ 145 bilhões), com a Farmácia Popular (R$ 2 bilhões), Minha Casa Minha Vida (R$ 9,7 bilhões), Educação (R$ 11,2 bilhões) e Saúde (R$ 182,6 bilhões)”, observa a economista da subseção do Dieese na Contraf-CUT, Vivian Machado. “Ou seja, com a redução dos juros o Estado teria um orçamento muito mais justo e equilibrado, beneficiando a economia como um todo e quem realmente precisa: a sociedade e especialmente das famílias que mais dependem de políticas públicas”, completa.